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Artigo: Automutilação em aves - verdade ou consequência?! - Dr. Felipe Bath


DCM Balthazar

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Automutilação em Aves: Verdade ou Consequencia?!

Prezados leitores e amigos! Estou de volta e como sempre trago de forma descontraída e sem palavras elaboradas a verdade sobre algum assunto no nosso cotidiano das aves. Já deixo um grande a
braço ao amigo Rafael do Blog Trinca Ferro Verdadeiro. Já em nostalgia pelo final de ano se aproximando hoje o assunto é bem polêmico e será sobre automutilação em aves. Muitos vão se morder por aí. Se acomodem e boa leitura. 

Sempre vem alguns casos interessantes na rotina clinica. E um assunto que ainda não abordei foi exatamente esse. Afinal Dr. porque minha ave se automutila? Depois de ouvir a historia e uma longa ficha clinica parece que o problema é mais simples do que se imagina. Eu não consigo aceitar a história já batida que a ave se bica ou arranca as penas por stress. Stress de que!? Muitas vezes não muda absolutamente nada e ave inicia esse comportamento. Há de se considerar que tem aves que arrancam as penas quando elas aprontam. Alguns curiós e bicudos fazem isso, mas logo volta a crescer quando firma. Já tem fêmeas que ficam peladas ate a próxima muda. 

Logico que inúmeros fatores podem desencadear essa síndrome, mas a presença de ectoparasitas na minha casusística representa mais de 90% dos casos. Um fator interessante que é relatado é que a infecção de Giardia spp levaria a prurido na pele e iniciaria o distúrbio. Me desculpem os mais estudiosos, mas não vejo nenhuma relação em tal fato e segundo uma ave com Giardia é bem difícil de ocorrer. Corresponde a 0,01% dos casos. Pelo menos nos meus casos. 

Mas retomando o raciocínio dos ectoparasitas. Para vocês que acompanham a Revista ao longo do ano vocês vão lembrar o artigo de ectoparasitas do início do ano. Então deem uma parada aqui e voltem lá para ler de novo. A relação de parasitismo com ácaros ou piolhos malófagos é tênue e quando realmente esse limiar extrapola muito resultado direto de alguma mudança orgânica ou ambiental da ave você começa a ter lesões visíveis na pena. Mas quando isso já ocorre muitas vezes à ave já inicia o comportamento de bicagem nas penas e os sinais se confundem. 

Aí tenho que concordar realmente que a ave se bica por stress. Basta eliminar o fator primário que provavelmente estará resolvido o problema, mas não tenha pressa, pois anos de bicagem muitas vezes se torna um vicio igual roer unha por exemplo. 

Já viram também que o tratamento para esse tipo de ectoparasitas deve ser por contato com produtos específicos que existem no mercado. Logico sem nunca esquecer o ambiente em que a ave vive e as demais que estão juntas. Pode até se associar com um calmante, mas descoberta da causa inicial é fundamental para o sucesso do tratamento. Logico também não estou só contando vitorias. Existem casos realmente complicados e que ficamos sem alternativas, mas isso não é a maioria. Casos esporádicos não houve melhora. 

Despeço-me por aqui e desejo a todos um ótimo mês. Aproveito e deixo o pensamento do dia: ´´Leva tempo para alguém ser bem sucedido porque o êxito não é mais do que a recompensa natural pelo tempo gasto em fazer algo direito." By Joseph Ross.

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