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Frequência de Recombinação do Cromossomo Sexual Z.


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Olá amigos.

Hoje vamos tratar de um assunto que, apesar de não dispormos de muitas informações, é extremamente interessante.

Vamos falar das taxas de recombinação dos genes do cromossomo sexual masculino (Cromossomo Z). Sabemos que por decorrência do curto tamanho do cromossomo sexual feminino (Cromossomo W), as mutações ligadas ao sexo ficam no cromossomo sexual masculino e nosso estudo de hoje reside justamente no posicionamento das mutações.

Muitas vezes você já deve ter se perguntado como duas mutações sexo-ligadas acabam indo pro mesmo pro mesmo cromossomo, partindo de um cruzamento de aves com mutações sexo-ligadas diferentes, como por exemplo no ensaio abaixo:

Macho pérola x Fêmea canela

Filhotes machos: Silvestres portadores de pérola no Z1 e canela no Z2.
Filhotes fêmeas todas Pérola

 

Aí você pega um macho desse cruzamento e cruza com outra fêmea pérola ou canela. Vamos supor canela, obtendo o seguinte resultado:

Filhotes machos:
50% Cinza portadores de Z1: Pérola e Z2: Canela
50% Canela

Filhotes fêmeas:
50% Pérola
50% Canela

 

Disso a gente pensa: Como surgiram Lutino Pérola, Pérola Canela, Lutino Canela? Se todas as vezes que realizamos cruzamentos as mutações ficam em cromossomos sexuais diferentes e nunca resultam em aves com duas mutações ligadas ao sexo ao mesmo tempo, como isso é possível.

Pois bem, o que temos pra dizer hoje é que por mais que a genética pareça uma ciência estável, ela não é exata e sempre tem os seus mistérios.

O que ocorre é que as meioses resultantes da fecundação são permeadas por crossovers. Esse é um fenômeno no qual cromossomos vinculados se partem, e essa parte segmentada troca de alelo, indo para outro, carregando consigo genes mutantes.

Lembrando que na reprodução sexuada, o sistema de criação dos descendentes é baseado na meiose, divisão celular na qual os cromossomos são reduzidos pela metade. Todo gameta possui metade do material genético do seu genitor. Quando dois gametas de gêneros opostos se encontram, o material genético se une formando uma célula diploide, capaz de se replicar por mitoses e gerar um indivíduo descendente, portador de metade do material genético de cada precursor.

Vejamos um diagrama abaixo:

903945_10200839235501546_132707752_o.thu

CRÉDITOS DA IMAGEM: Wikipedia, adaptada por mim para o presente material.

 

Com isto em mente, resolvemos o mistério de como surgem aves com duas mutações ligadas ao sexo, mas a pergunta que fica é se existe como prever a ocorrência desse fenômeno. Em primeiro momento, a impressão que se tem é que seja difícil de avaliar isso, mas temos um estudo feito a partir dos cromossomos sexuais dos periquitos, no qual foi possível aferir a ocorrência dos crossovers a partir da distância dos genes mutantes no cromossomo.

Essa distância é medida em UM (unidades de mapa). O que se notou é quanto mais próximos os genes mutantes, mais difícil de um crossover os separar. Genes com mais de 50 unidades de mapa de distância não são nem considerados vinculados, ou seja a chance de separarem é muito alta.

Observando os cruzamentos, foi possível identificar a distância entre os genes e se estabeleceu a seguinte proporção:

Opalino (pérola) está a 30 UM do gene ino, que está a 3 UM do gene canela, que está a 7 UM do gene slate.

Sendo assim, a frequência de recombinação entre as mutações ficou da seguinte maneira:
Lutino e Canela – 3%
Pérola e Canela – 33%
Lutino e Pérola – 30%
Canela e Slate – 7%
Pérola e Slate – 40%
Slate e Lutino – 10%

Como no nosso caso o interesse é sobre a calopsita, podemos afirmar que as proporções acima se aplicam integralmente à calopsita, porém excluindo a mutação slate, que não existe (ou ainda não foi catalogada) em calopsitas.

Com essa informação, quando formos calcular as probabilidades da prole de nossas aves, devemos levar essa possibilidade em conta. Um cruzamento simples como o ensaiado anteriormente já ficaria completamente diferente:

Macho Silvestre portador de Pérola no Z1 e Canela no Z2 x Fêmea Canela:

Filhotes machos:
16.5% Cinza Silvestre Portador de Canela
33.5% Cinza Silvestre Portador de Pérola Canela
16.5% Canela Portador de Pérola
33.5% Canela

Filhotes fêmeas:
33.5% Canela
16.5% Cinza Silvestre
33.5% Pérola
16.5% Pérola Canela

 

Bom, pessoal, espero com esse artigo desmistificar um pouco essa questão de duas mutações ligadas ao sexo no mesmo gene e a frequência que isso pode acontecer.

Abraços!

 

Referências Bibliográficas:

MARTIN, Dr. Terry. A guide to colour mutations & genetics in parrots. South Tweed Heads: Australian Birdkeeper Publications, 2002.

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  • DCM Balthazar destacou e fixou este tópico
  • 4 anos depois...
Em 09/04/2015 at 21:29, DCM Balthazar disse:

Olá amigos.

Hoje vamos tratar de um assunto que, apesar de não dispormos de muitas informações, é extremamente interessante.

Vamos falar das taxas de recombinação dos genes do cromossomo sexual masculino (Cromossomo Z). Sabemos que por decorrência do curto tamanho do cromossomo sexual feminino (Cromossomo W), as mutações ligadas ao sexo ficam no cromossomo sexual masculino e nosso estudo de hoje reside justamente no posicionamento das mutações.

Muitas vezes você já deve ter se perguntado como duas mutações sexo-ligadas acabam indo pro mesmo pro mesmo cromossomo, partindo de um cruzamento de aves com mutações sexo-ligadas diferentes, como por exemplo no ensaio abaixo:

Macho pérola x Fêmea canela

Filhotes machos: Silvestres portadores de pérola no Z1 e canela no Z2.
Filhotes fêmeas todas Pérola

 

Aí você pega um macho desse cruzamento e cruza com outra fêmea pérola ou canela. Vamos supor canela, obtendo o seguinte resultado:

Filhotes machos:
50% Cinza portadores de Z1: Pérola e Z2: Canela
50% Canela

Filhotes fêmeas:
50% Pérola
50% Canela

 

Disso a gente pensa: Como surgiram Lutino Pérola, Pérola Canela, Lutino Canela? Se todas as vezes que realizamos cruzamentos as mutações ficam em cromossomos sexuais diferentes e nunca resultam em aves com duas mutações ligadas ao sexo ao mesmo tempo, como isso é possível.

Pois bem, o que temos pra dizer hoje é que por mais que a genética pareça uma ciência estável, ela não é exata e sempre tem os seus mistérios.

O que ocorre é que as meioses resultantes da fecundação são permeadas por crossovers. Esse é um fenômeno no qual cromossomos vinculados se partem, e essa parte segmentada troca de alelo, indo para outro, carregando consigo genes mutantes.

Lembrando que na reprodução sexuada, o sistema de criação dos descendentes é baseado na meiose, divisão celular na qual os cromossomos são reduzidos pela metade. Todo gameta possui metade do material genético do seu genitor. Quando dois gametas de gêneros opostos se encontram, o material genético se une formando uma célula diploide, capaz de se replicar por mitoses e gerar um indivíduo descendente, portador de metade do material genético de cada precursor.

Vejamos um diagrama abaixo:

903945_10200839235501546_132707752_o.thu

CRÉDITOS DA IMAGEM: Wikipedia, adaptada por mim para o presente material.

 

Com isto em mente, resolvemos o mistério de como surgem aves com duas mutações ligadas ao sexo, mas a pergunta que fica é se existe como prever a ocorrência desse fenômeno. Em primeiro momento, a impressão que se tem é que seja difícil de avaliar isso, mas temos um estudo feito a partir dos cromossomos sexuais dos periquitos, no qual foi possível aferir a ocorrência dos crossovers a partir da distância dos genes mutantes no cromossomo.

Essa distância é medida em UM (unidades de mapa). O que se notou é quanto mais próximos os genes mutantes, mais difícil de um crossover os separar. Genes com mais de 50 unidades de mapa de distância não são nem considerados vinculados, ou seja a chance de separarem é muito alta.

Observando os cruzamentos, foi possível identificar a distância entre os genes e se estabeleceu a seguinte proporção:

Opalino (pérola) está a 30 UM do gene ino, que está a 3 UM do gene canela, que está a 7 UM do gene slate.

Sendo assim, a frequência de recombinação entre as mutações ficou da seguinte maneira:
Lutino e Canela – 3%
Pérola e Canela – 33%
Lutino e Pérola – 30%
Canela e Slate – 7%
Pérola e Slate – 40%
Slate e Lutino – 10%

Como no nosso caso o interesse é sobre a calopsita, podemos afirmar que as proporções acima se aplicam integralmente à calopsita, porém excluindo a mutação slate, que não existe (ou ainda não foi catalogada) em calopsitas.

Com essa informação, quando formos calcular as probabilidades da prole de nossas aves, devemos levar essa possibilidade em conta. Um cruzamento simples como o ensaiado anteriormente já ficaria completamente diferente:

Macho Silvestre portador de Pérola no Z1 e Canela no Z2 x Fêmea Canela:

Filhotes machos:
16.5% Cinza Silvestre Portador de Canela
33.5% Cinza Silvestre Portador de Pérola Canela
16.5% Canela Portador de Pérola
33.5% Canela

Filhotes fêmeas:
33.5% Canela
16.5% Cinza Silvestre
33.5% Pérola
16.5% Pérola Canela

 

Bom, pessoal, espero com esse artigo desmistificar um pouco essa questão de duas mutações ligadas ao sexo no mesmo gene e a frequência que isso pode acontecer.

Abraços!

 

Referências Bibliográficas:

MARTIN, Dr. Terry. A guide to colour mutations & genetics in parrots. South Tweed Heads: Australian Birdkeeper Publications, 2002.

Nesse ultimo cruzamento nao tem NENHUMA chance de nascer femea silvestre pois o pai SÓ porta gene perola e canela.

Em 09/04/2015 at 21:29, DCM Balthazar disse:

Olá amigos.

Hoje vamos tratar de um assunto que, apesar de não dispormos de muitas informações, é extremamente interessante.

Vamos falar das taxas de recombinação dos genes do cromossomo sexual masculino (Cromossomo Z). Sabemos que por decorrência do curto tamanho do cromossomo sexual feminino (Cromossomo W), as mutações ligadas ao sexo ficam no cromossomo sexual masculino e nosso estudo de hoje reside justamente no posicionamento das mutações.

Muitas vezes você já deve ter se perguntado como duas mutações sexo-ligadas acabam indo pro mesmo pro mesmo cromossomo, partindo de um cruzamento de aves com mutações sexo-ligadas diferentes, como por exemplo no ensaio abaixo:

Macho pérola x Fêmea canela

Filhotes machos: Silvestres portadores de pérola no Z1 e canela no Z2.
Filhotes fêmeas todas Pérola

 

Aí você pega um macho desse cruzamento e cruza com outra fêmea pérola ou canela. Vamos supor canela, obtendo o seguinte resultado:

Filhotes machos:
50% Cinza portadores de Z1: Pérola e Z2: Canela
50% Canela

Filhotes fêmeas:
50% Pérola
50% Canela

 

Disso a gente pensa: Como surgiram Lutino Pérola, Pérola Canela, Lutino Canela? Se todas as vezes que realizamos cruzamentos as mutações ficam em cromossomos sexuais diferentes e nunca resultam em aves com duas mutações ligadas ao sexo ao mesmo tempo, como isso é possível.

Pois bem, o que temos pra dizer hoje é que por mais que a genética pareça uma ciência estável, ela não é exata e sempre tem os seus mistérios.

O que ocorre é que as meioses resultantes da fecundação são permeadas por crossovers. Esse é um fenômeno no qual cromossomos vinculados se partem, e essa parte segmentada troca de alelo, indo para outro, carregando consigo genes mutantes.

Lembrando que na reprodução sexuada, o sistema de criação dos descendentes é baseado na meiose, divisão celular na qual os cromossomos são reduzidos pela metade. Todo gameta possui metade do material genético do seu genitor. Quando dois gametas de gêneros opostos se encontram, o material genético se une formando uma célula diploide, capaz de se replicar por mitoses e gerar um indivíduo descendente, portador de metade do material genético de cada precursor.

Vejamos um diagrama abaixo:

903945_10200839235501546_132707752_o.thu

CRÉDITOS DA IMAGEM: Wikipedia, adaptada por mim para o presente material.

 

Com isto em mente, resolvemos o mistério de como surgem aves com duas mutações ligadas ao sexo, mas a pergunta que fica é se existe como prever a ocorrência desse fenômeno. Em primeiro momento, a impressão que se tem é que seja difícil de avaliar isso, mas temos um estudo feito a partir dos cromossomos sexuais dos periquitos, no qual foi possível aferir a ocorrência dos crossovers a partir da distância dos genes mutantes no cromossomo.

Essa distância é medida em UM (unidades de mapa). O que se notou é quanto mais próximos os genes mutantes, mais difícil de um crossover os separar. Genes com mais de 50 unidades de mapa de distância não são nem considerados vinculados, ou seja a chance de separarem é muito alta.

Observando os cruzamentos, foi possível identificar a distância entre os genes e se estabeleceu a seguinte proporção:

Opalino (pérola) está a 30 UM do gene ino, que está a 3 UM do gene canela, que está a 7 UM do gene slate.

Sendo assim, a frequência de recombinação entre as mutações ficou da seguinte maneira:
Lutino e Canela – 3%
Pérola e Canela – 33%
Lutino e Pérola – 30%
Canela e Slate – 7%
Pérola e Slate – 40%
Slate e Lutino – 10%

Como no nosso caso o interesse é sobre a calopsita, podemos afirmar que as proporções acima se aplicam integralmente à calopsita, porém excluindo a mutação slate, que não existe (ou ainda não foi catalogada) em calopsitas.

Com essa informação, quando formos calcular as probabilidades da prole de nossas aves, devemos levar essa possibilidade em conta. Um cruzamento simples como o ensaiado anteriormente já ficaria completamente diferente:

Macho Silvestre portador de Pérola no Z1 e Canela no Z2 x Fêmea Canela:

Filhotes machos:
16.5% Cinza Silvestre Portador de Canela
33.5% Cinza Silvestre Portador de Pérola Canela
16.5% Canela Portador de Pérola
33.5% Canela

Filhotes fêmeas:
33.5% Canela
16.5% Cinza Silvestre
33.5% Pérola
16.5% Pérola Canela

 

Bom, pessoal, espero com esse artigo desmistificar um pouco essa questão de duas mutações ligadas ao sexo no mesmo gene e a frequência que isso pode acontecer.

Abraços!

 

Referências Bibliográficas:

MARTIN, Dr. Terry. A guide to colour mutations & genetics in parrots. South Tweed Heads: Australian Birdkeeper Publications, 2002.

Tbm nesse ultimo cruzamento nao nasce 16.5% de macho silvestre portador de canela não, desse casal SÓ nasce macho silvestre portador de perola **E** canela , só canela JAMAIS, inclusive esses 33.5% macho silvestre portador de perola canela, ta imcompleto, pois falta o conectivo E (o certo seria perola E canela) nao tem NENHUMA chance de nascer macho silvestre portador do gene composto perola-canela.

Se o macho recebe XCP do pai (gene composto perola-canela) e XC da mãe

Seu genotipo será XCPXC e o fenotipo sera CANELA e NÃO SILVESTRE, pois há a presença de dois genes recessivos canela, e o que ele vai portar será o gene pérola que esta em heterozigose.

OBSERVAÇAO uso as letras XY no lugar ZW.

Em 09/04/2015 at 21:29, DCM Balthazar disse:

Olá amigos.

Hoje vamos tratar de um assunto que, apesar de não dispormos de muitas informações, é extremamente interessante.

Vamos falar das taxas de recombinação dos genes do cromossomo sexual masculino (Cromossomo Z). Sabemos que por decorrência do curto tamanho do cromossomo sexual feminino (Cromossomo W), as mutações ligadas ao sexo ficam no cromossomo sexual masculino e nosso estudo de hoje reside justamente no posicionamento das mutações.

Muitas vezes você já deve ter se perguntado como duas mutações sexo-ligadas acabam indo pro mesmo pro mesmo cromossomo, partindo de um cruzamento de aves com mutações sexo-ligadas diferentes, como por exemplo no ensaio abaixo:

Macho pérola x Fêmea canela

Filhotes machos: Silvestres portadores de pérola no Z1 e canela no Z2.
Filhotes fêmeas todas Pérola

 

Aí você pega um macho desse cruzamento e cruza com outra fêmea pérola ou canela. Vamos supor canela, obtendo o seguinte resultado:

Filhotes machos:
50% Cinza portadores de Z1: Pérola e Z2: Canela
50% Canela

Filhotes fêmeas:
50% Pérola
50% Canela

 

Disso a gente pensa: Como surgiram Lutino Pérola, Pérola Canela, Lutino Canela? Se todas as vezes que realizamos cruzamentos as mutações ficam em cromossomos sexuais diferentes e nunca resultam em aves com duas mutações ligadas ao sexo ao mesmo tempo, como isso é possível.

Pois bem, o que temos pra dizer hoje é que por mais que a genética pareça uma ciência estável, ela não é exata e sempre tem os seus mistérios.

O que ocorre é que as meioses resultantes da fecundação são permeadas por crossovers. Esse é um fenômeno no qual cromossomos vinculados se partem, e essa parte segmentada troca de alelo, indo para outro, carregando consigo genes mutantes.

Lembrando que na reprodução sexuada, o sistema de criação dos descendentes é baseado na meiose, divisão celular na qual os cromossomos são reduzidos pela metade. Todo gameta possui metade do material genético do seu genitor. Quando dois gametas de gêneros opostos se encontram, o material genético se une formando uma célula diploide, capaz de se replicar por mitoses e gerar um indivíduo descendente, portador de metade do material genético de cada precursor.

Vejamos um diagrama abaixo:

903945_10200839235501546_132707752_o.thu

CRÉDITOS DA IMAGEM: Wikipedia, adaptada por mim para o presente material.

 

Com isto em mente, resolvemos o mistério de como surgem aves com duas mutações ligadas ao sexo, mas a pergunta que fica é se existe como prever a ocorrência desse fenômeno. Em primeiro momento, a impressão que se tem é que seja difícil de avaliar isso, mas temos um estudo feito a partir dos cromossomos sexuais dos periquitos, no qual foi possível aferir a ocorrência dos crossovers a partir da distância dos genes mutantes no cromossomo.

Essa distância é medida em UM (unidades de mapa). O que se notou é quanto mais próximos os genes mutantes, mais difícil de um crossover os separar. Genes com mais de 50 unidades de mapa de distância não são nem considerados vinculados, ou seja a chance de separarem é muito alta.

Observando os cruzamentos, foi possível identificar a distância entre os genes e se estabeleceu a seguinte proporção:

Opalino (pérola) está a 30 UM do gene ino, que está a 3 UM do gene canela, que está a 7 UM do gene slate.

Sendo assim, a frequência de recombinação entre as mutações ficou da seguinte maneira:
Lutino e Canela – 3%
Pérola e Canela – 33%
Lutino e Pérola – 30%
Canela e Slate – 7%
Pérola e Slate – 40%
Slate e Lutino – 10%

Como no nosso caso o interesse é sobre a calopsita, podemos afirmar que as proporções acima se aplicam integralmente à calopsita, porém excluindo a mutação slate, que não existe (ou ainda não foi catalogada) em calopsitas.

Com essa informação, quando formos calcular as probabilidades da prole de nossas aves, devemos levar essa possibilidade em conta. Um cruzamento simples como o ensaiado anteriormente já ficaria completamente diferente:

Macho Silvestre portador de Pérola no Z1 e Canela no Z2 x Fêmea Canela:

Filhotes machos:
16.5% Cinza Silvestre Portador de Canela
33.5% Cinza Silvestre Portador de Pérola Canela
16.5% Canela Portador de Pérola
33.5% Canela

Filhotes fêmeas:
33.5% Canela
16.5% Cinza Silvestre
33.5% Pérola
16.5% Pérola Canela

 

Bom, pessoal, espero com esse artigo desmistificar um pouco essa questão de duas mutações ligadas ao sexo no mesmo gene e a frequência que isso pode acontecer.

Abraços!

 

Referências Bibliográficas:

MARTIN, Dr. Terry. A guide to colour mutations & genetics in parrots. South Tweed Heads: Australian Birdkeeper Publications, 2002.

Vc utilizou a genetic calculator de forma errada.

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Em 09/04/2015 at 21:29, DCM Balthazar disse:

Olá amigos.

Hoje vamos tratar de um assunto que, apesar de não dispormos de muitas informações, é extremamente interessante.

Vamos falar das taxas de recombinação dos genes do cromossomo sexual masculino (Cromossomo Z). Sabemos que por decorrência do curto tamanho do cromossomo sexual feminino (Cromossomo W), as mutações ligadas ao sexo ficam no cromossomo sexual masculino e nosso estudo de hoje reside justamente no posicionamento das mutações.

Muitas vezes você já deve ter se perguntado como duas mutações sexo-ligadas acabam indo pro mesmo pro mesmo cromossomo, partindo de um cruzamento de aves com mutações sexo-ligadas diferentes, como por exemplo no ensaio abaixo:

Macho pérola x Fêmea canela

Filhotes machos: Silvestres portadores de pérola no Z1 e canela no Z2.
Filhotes fêmeas todas Pérola

 

Aí você pega um macho desse cruzamento e cruza com outra fêmea pérola ou canela. Vamos supor canela, obtendo o seguinte resultado:

Filhotes machos:
50% Cinza portadores de Z1: Pérola e Z2: Canela
50% Canela

Filhotes fêmeas:
50% Pérola
50% Canela

 

Disso a gente pensa: Como surgiram Lutino Pérola, Pérola Canela, Lutino Canela? Se todas as vezes que realizamos cruzamentos as mutações ficam em cromossomos sexuais diferentes e nunca resultam em aves com duas mutações ligadas ao sexo ao mesmo tempo, como isso é possível.

Pois bem, o que temos pra dizer hoje é que por mais que a genética pareça uma ciência estável, ela não é exata e sempre tem os seus mistérios.

O que ocorre é que as meioses resultantes da fecundação são permeadas por crossovers. Esse é um fenômeno no qual cromossomos vinculados se partem, e essa parte segmentada troca de alelo, indo para outro, carregando consigo genes mutantes.

Lembrando que na reprodução sexuada, o sistema de criação dos descendentes é baseado na meiose, divisão celular na qual os cromossomos são reduzidos pela metade. Todo gameta possui metade do material genético do seu genitor. Quando dois gametas de gêneros opostos se encontram, o material genético se une formando uma célula diploide, capaz de se replicar por mitoses e gerar um indivíduo descendente, portador de metade do material genético de cada precursor.

Vejamos um diagrama abaixo:

903945_10200839235501546_132707752_o.thu

CRÉDITOS DA IMAGEM: Wikipedia, adaptada por mim para o presente material.

 

Com isto em mente, resolvemos o mistério de como surgem aves com duas mutações ligadas ao sexo, mas a pergunta que fica é se existe como prever a ocorrência desse fenômeno. Em primeiro momento, a impressão que se tem é que seja difícil de avaliar isso, mas temos um estudo feito a partir dos cromossomos sexuais dos periquitos, no qual foi possível aferir a ocorrência dos crossovers a partir da distância dos genes mutantes no cromossomo.

Essa distância é medida em UM (unidades de mapa). O que se notou é quanto mais próximos os genes mutantes, mais difícil de um crossover os separar. Genes com mais de 50 unidades de mapa de distância não são nem considerados vinculados, ou seja a chance de separarem é muito alta.

Observando os cruzamentos, foi possível identificar a distância entre os genes e se estabeleceu a seguinte proporção:

Opalino (pérola) está a 30 UM do gene ino, que está a 3 UM do gene canela, que está a 7 UM do gene slate.

Sendo assim, a frequência de recombinação entre as mutações ficou da seguinte maneira:
Lutino e Canela – 3%
Pérola e Canela – 33%
Lutino e Pérola – 30%
Canela e Slate – 7%
Pérola e Slate – 40%
Slate e Lutino – 10%

Como no nosso caso o interesse é sobre a calopsita, podemos afirmar que as proporções acima se aplicam integralmente à calopsita, porém excluindo a mutação slate, que não existe (ou ainda não foi catalogada) em calopsitas.

Com essa informação, quando formos calcular as probabilidades da prole de nossas aves, devemos levar essa possibilidade em conta. Um cruzamento simples como o ensaiado anteriormente já ficaria completamente diferente:

Macho Silvestre portador de Pérola no Z1 e Canela no Z2 x Fêmea Canela:

Filhotes machos:
16.5% Cinza Silvestre Portador de Canela
33.5% Cinza Silvestre Portador de Pérola Canela
16.5% Canela Portador de Pérola
33.5% Canela

Filhotes fêmeas:
33.5% Canela
16.5% Cinza Silvestre
33.5% Pérola
16.5% Pérola Canela

 

Bom, pessoal, espero com esse artigo desmistificar um pouco essa questão de duas mutações ligadas ao sexo no mesmo gene e a frequência que isso pode acontecer.

Abraços!

 

Referências Bibliográficas:

MARTIN, Dr. Terry. A guide to colour mutations & genetics in parrots. South Tweed Heads: Australian Birdkeeper Publications, 2002.

Tirando esses erros, seu artigo é perfeito.

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  • 4 anos depois...
On 12/02/2020 at 10:31, mazin25 disse:

Nesse ultimo cruzamento nao tem NENHUMA chance de nascer femea silvestre pois o pai SÓ porta gene perola e canela.

Tbm nesse ultimo cruzamento nao nasce 16.5% de macho silvestre portador de canela não, desse casal SÓ nasce macho silvestre portador de perola **E** canela , só canela JAMAIS, inclusive esses 33.5% macho silvestre portador de perola canela, ta imcompleto, pois falta o conectivo E (o certo seria perola E canela) nao tem NENHUMA chance de nascer macho silvestre portador do gene composto perola-canela.

Se o macho recebe XCP do pai (gene composto perola-canela) e XC da mãe

Seu genotipo será XCPXC e o fenotipo sera CANELA e NÃO SILVESTRE, pois há a presença de dois genes recessivos canela, e o que ele vai portar será o gene pérola que esta em heterozigose.

OBSERVAÇAO uso as letras XY no lugar ZW.

Vc utilizou a genetic calculator de forma errada.

Amigo, desculpe a demora em responder, eu estou afastado do fórum a alguns anos e acabei por ler seu post só hoje.

Depois de tantos anos, fui refazer as contas e cheguei nos mesmos resultados.

Acredito que o calculador genético que você normalmente usa não leva em conta justamente o que foi abordado no tópico. A recombinação dos genes nos cromossomos sexuais permite que essas probabilidades menores aconteçam. Lembre-se que estamos sempre falando de probabilidades, e não de ocorrência fática. Um casal nessa situação pode ter todos filhotes da mesma mutação, com o mesmo genótipo, porque simplesmente a cada fecundação, a probabilidade ocorre novamente.

Recomendo que você experimente o Gencalc do Martin Rasek, que é sem dúvida o calculador mais preciso que eu encontrei na internet ao longo de todos esses anos.

 

Até a próxima.

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