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Artigo: Poliomavírus nas aves silvestres, exóticas e domésticas - Dr. Alexandre Pessoa


DCM Balthazar

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Ocorre morte súbita das aves com menos de 15 dias (HARRISON, 1994). A transmissão ocorre por via inalatória. Em periquitos o vírus se replica nas penas, pele, fígado, baço, epitélio tubular renal, coração e cérebro.

Os animais começam a ficar virêmicos entre 7-10 dias. Caso a doença ocorra, os sinais aparecerão entre 10-14 dias. Os sinais clínicos se iniciam com até 100% de morte dos filhotes no ninho caso não exista nenhuma intervenção. Nas próximas estações de criação, as mortes irão declinar, mas continuarão com uma natalidade baixa. A infecção em papagaios adultos é de quase 99,9% sem sintomas. 

Segundo Harrison (1994), periquitos mais velhos podem apresentar distensão abdominal, hemorragia embaixo da pele, cerca de 10% dos neonatos afetados apresentam ataxia e tremores da cabeça e pescoço. Em outros psitcídeos as infecções subclínicas são as mais comuns; morte aguda após 12-48 horas de depressão, atraso no esvaziamento do papo, regurgitação, diarréia, hemorragia subcutânea, sangramento no local de aplicações ou folículos das penas, hematúria em papagaios africanos.

Periquitos quando infectados no ninho, replicam o vírus por 6 meses ou mais. Os papagaios tornam-se virêmicos por 4-8 semanas e eliminam o vírus por 6-16 semanas. A viremia e a replicação viral raramente são detectadas por pelo menos 10 meses. Aves infectadas por poliomavírus e doença do bico e das penas dos psitacídeos podem replicar o vírus continuamente.

Para detectar o vírus, sangue e uma combinação de swab cloacal e oral devem ser examinados por P.C.R. A sorologia pode ser usada para escanear periquitos ou agapórnis que saem ou chegam aos aviários. Caso as aves venham de outros aviários e são soropositivos, elas podem ter sido infectadas com o poliomavírus recentemente e podem estar eliminando o vírus. No caso de aves utilizadas para um show circuit que são soronegativos após 2 semanas de quarentena, elas não estão infectadas com o vírus. 

O diagnóstico post mortem é bem característico. Fígado, baço, pulmão, e rins são tecidos essenciais para o patologista. Estas aves estão virêmicas na hora da morte, então swabs de qualquer tecido serão positivos para o poliomavírus. A imunofluorescência pode ser conclusiva. De acordo com Harrison (1994), nos periquitos encontra-se hidropericardio, cardiomegalia, hepatomegalia, ascite, esplenomegalia, hemorragia dos intestinos e coração, e hemorragia subcutânea. Nos outros psitacídeos observa-se hepatomegalia, esplenomegalia, rins pálidos e aumentados de volume, músculos cardíaco e esqueléticos pálidos, hemorragia subcutânea dos intestinos, fígado e coração.

Como diagnóstico diferencial temos a doença do bico e das penas dos psitacídeos, adenovirus, anormalidades endócrinas, infecções bacterianas, infecções fúngicas, lesões traumáticas e reações medicamentosas (cefalosporinas e penicilinas) (HARRISON, 1994).

Referências

RITCHIE, B.; HARRISON, G.; HARRISON, L. Avian Medicine: Principles and Application. Wingers Publishing, Lake Worth, Florida, 1994. 1407p.

RUPLEY, A. Manual de Clínica Aviária. Editora Roca LTDA, São Paulo, 1999. 582p.

 

Carlos Alexandre Pessoa, DVM; MSc
F: (11) 99820-2330 / 99911-2330
E-mail: animalexotico@terra.com.br
Website: www.animalexotico.com.br

Conteúdo cuja publicação foi gentilmente autorizada pelo autor.

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