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Artigo: Aspergilose nas aves domésticas, exóticas e silvestres - Dr. Alexandre Pessoa


DCM Balthazar

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A aspergilose é doença comumente diagnosticada nas aves de companhia. Indivíduos imunocomprometidos são comumente acometidos por este agente. As doenças micóticas estão freqüentemente associadas com morbidade e mortalidade em aves, sendo que a aspergilose tem papel importante nas doenças respiratórias.

Aspergillus fumigatus é o agente mais comumente encontrado, seguido do A. flavus e A . niger. Chegar a um diagnóstico preciso da patologia na maioria dos casos, é um grande desafio ao médico veterinário. Papagaios cinzentos africanos, papagaios sul americanos, aves de rapina e as aves aquáticas são os mais acometidos. A susceptibilidade aumenta com o estresse, técnicas deficientes de manejo, corticoterapia, irritantes respiratórios, antibioticoterapia ou outra patologia concomitante.

Animais saudáveis que inalaram grandes quantidades de esporos não desenvolveram a doença enquanto outros imunocomprometidos mediante inalação de pequena carga de esporos, desenvolveram a doença. Devemos lembrar que a aspergilose é onipresente.

A infecção geralmente é dividida em sistêmica ou localizada. O início, na maioria dos casos é localizado, como no trato respiratório inferior e mais tarde avança para outros sistemas. A siringe (faringe inferior existente na extremidade inferior da traquéia da maior parte das aves), os sacos aéreos torácicos caudais e os sacos aéreos abdominais constituem os locais mais comumente afetados.

É bom salientar que a própria anatomia do trato respiratório das aves (`"siringe estreita") predispõe ao bloqueio de certos debris. Não podemos esquecer que uma pequena área da siringe é formada por epitélio escamoso estratificado o qual pode ser ou estar modificado pela hipovitaminose A. Uma hipertrofia ou hiperceratose pode ocorrer e permitir a colonização por esporos inalados. A pele, músculos, trato gastrintestinal, fígado, rins, olhos e cérebro também podem ser acometidos. O tempo de incubação varia com o tipo de exposição. Experimentalmente filhotes de avestruz infectados morreram entre 2 a 8 dias após a exposição aos esporos.

Os sinais clínicos associados a aspergilose no trato respiratório incluem dispnéia, depressão e emaciação. Biliverdinúria (biliverdina na urina) é comum. Paresia posterior e fraqueza pode estar presente. Dispnéia ou alteração vocal pode constituir os primeiros sinais de infecções siringeanas ou traqueais.

As infecções nasais e sinusais podem se associar com uma abertura nasal anormalmente formada, um sulco longitudinal na ranfoteca ou mesmo necrose. Discorrendo um pouco mais sobre as afecções sinusais ou nasais, a destruição do tecido adjacente incluindo o osso ou bico pode ser substancial. A lesão tipicamente se apresenta seca, granulomatosa, com um aumento destrutivo dento de uma narina.

Suspeita-se de aspergilose com base nos sinais clínicos, anamnese, achados de exame físico, hematologia, radiologia, endoscopia ou cirurgia exploratória. A cultura deste agente sem a presença de lesões não é diagnostico pela sua condição onipresente anteriormente ressaltada. 

Citologia por lavado do saco aéreo ou biopsia guiada pelo endoscópio é útil para diagnostico das infecções do trato respiratório baixo ou inferior.

O diagnostico diferencial para aves maduras com heterofilia severa e perda de peso, deve incluir a clamidiose e micobacteriose. Dispnéia severa também pode ser causada por aumento da pressão abdominal (massas, ascite, hepatomegalia), pneumonia e inalação de corpo estranho.

Referências

RITCHIE, B.; HARRISON, G.; HARRISON, L. Avian Medicine: Principles and Application. Wingers Publishing, Lake Worth, Florida, 1994. 1407p.

RUPLEY, A. Manual de Clínica Aviária. Editora Roca LTDA, São Paulo, 1999. 582p.

 

 

Carlos Alexandre Pessoa, DVM; MSc
F: (11) 99820-2330 / 99911-2330
E-mail: animalexotico@terra.com.br
Website: www.animalexotico.com.br

 

Conteúdo cuja publicação foi gentilmente autorizada pelo autor.

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