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Artigo: Megabactéria nas aves domésticas, exóticas e silvestres - Dr. Alexandre Pessoa


DCM Balthazar

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As megabactérias são bastonetes grandes (1 x 9 micrômetros), gram (+), difíceis de cultivar e estão associadas à reação inflamatória e proliferativa do proventrículo de canários descrita na Europa. Descrições bioquímicas as quais poderiam auxiliar em uma classificação taxonômica apropriada ainda não estão concluídas. A doença que se acredita estar associada com este microorganismo pode também acometer periquitos australianos, calopsitas, fringilídeos, agapórnis, galinhas, cacatuas e avestruzes jovens. 

Infecções experimentais com culturas puras de megabactérias induziram a doença apenas em periquitos ingleses standard o que não ocorreu em uma criação normal. Estes achados sugerem que as aves variam em suscetibilidade ao organismo, e outros fatores estão envolvidos nesta patologia. Nos animais afetados há um aumento do pH do proventrículo, variando de 0.7 a 2.4 quando comparado com animais sadios onde o pH se mantém entre 7.0 a 7.3 em canários. Esta alteração no pH interfere diretamente na síntese de mucopolissacarídeos. Em aves com quantidade moderada de megabactérias, o pH do proventrículo permanece entre 1.0 a 2.0.

Os sinais clínicos incluem emaciação crônica por um período de 12 a 18 meses, que pode envolver períodos intermitentes de recuperação. Apresenta alta morbidade e baixa mortalidade. Vômito com pouco conteúdo pode ser observado nos casos avançados da doença. Sangue digerido nas fezes pode também ser encontrado. Algumas aves se recuperam espontaneamente, o que já foi demonstrado experimentalmente.A radiografia pode revelar dilatação proventricular. A radiografia contrastada tipicamente indica uma retração semelhante a uma ampulheta entre o proventrículo e o ventrículo com um conteúdo parecido com areia ou pó de vidro. O agente pode ser demonstrado ou encontrado nas fezes de animais severamente debilitados com coloração de Gram. A citologia do lavado proventricular pode ser meio diagnóstico. 

Na necrópsia, se pode observar proventriculite ou úlceras proventriculares com ou sem hemorragia. As lesões são mais freqüentemente observadas na parte intermédia gástrica. Os organismos se situam densamente em focos de tecido necrótico. Geralmente existe uma pequena reação celular inflamatória associada com o organismo, a qual pode ser vista nos fragmentos em microscopia com baixa magnificação ou aumento. Citologias do fígado e baço podem ser úteis na identificação da bactéria, as quais podem estar encapsuladas nos tecidos. O mais importante diagnóstico diferencial é para tricomoníase. 

Referências

RITCHIE, B.; HARRISON, G.; HARRISON, L. Avian Medicine: Principles and Application. Wingers Publishing, Lake Worth, Florida, 1994. 1407p.

RUPLEY, A. Manual de Clínica Aviária. Editora Roca LTDA, São Paulo, 1999. 582p.

 

Carlos Alexandre Pessoa, DVM; MSc
F: (11) 99820-2330 / 99911-2330
E-mail: animalexotico@terra.com.br
Website: www.animalexotico.com.br

Conteúdo cuja publicação foi gentilmente autorizada pelo autor.

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